de Dino Jethá
de 08 a 31 de Março
Camordino Mustafá Jethá (Dino Jethá) nasceu no Bairro de São Dâmaso, nos arredores de Maputo, a 5 de Novembro de 1977. Ali passou a infância até que a insegurança de tempos de guerra forçou sua família a refugiar-se na capital. Alcançada a paz, voltou para São Dâmaso, onde vive até hoje.
Aprendeu a trabalhar a madeira com vizinhos mais velhos, aos 13 anos de idade. Fazia peças que vendia para ajudar nas despesas do lar. Primeiro, carros e motas, replicando as que via. Depois, os mesmos motivos enriquecidos com figuras humanas. Finalmente, novas ideias, novos temas, respondendo a pedidos e sugestões. Procurando a todos satisfazer, junta a si Bernardo Valói e Crimildo Cumbe, Samuel Balói e Abel Nhamtumbo, jovens de São Dâmaso, seus primeiros discípulos. Com eles, já autónomos, participa na exposição colectiva “Moçambique: Vida e História em Psikhelekedana”, que teve lugar em Maputo, em Julho de 2003, no Centro Cultural Franco-Moçambicano. A mostra contou com milhares de visitantes nacionais e estrangeiros, e forte projecção não só na imprensa nacional como também em canais franceses de televisão.
Se 2003 é um importante ano na carreira de Dino Jethá em Moçambique, é também um marco na sua internacionalização. Com o apoio de organizações internacionais e individualidades nacionais, participa na Cultural Industry Exhibition, na Câmara de Comércio de Washington DC, nos Estados Unidos da América. No ano seguinte, de novo em Maputo, apresenta no Instituto Camões - Centro Cultural Português “O Natal em Psikhelekedana”, com vários presépios criativos e uma sequência representando a “História do Nascimento do Menino Jesus”.
De lá para cá, intensa tem sido a actividade de Dino Jethá, sobretudo voltada para o mercado externo que conseguiu conquistar. É presença regular, desde 2009, no International Folk Art Market, uma das maiores exposições-venda de artesanato a nível mundial, anualmente organizada pela International Folk Art Alliance na cidade de Santa Fé, nos Estados Unidos da América. Sete foram já as suas participações nesses eventos, onde, com excepção de um em que também participou a ceramista Reinata Sidimba, foi o único moçambicano presente. Ali, na apresentação dos artistas a milhares de visitantes e outros expositores das várias partes do mundo, transportou sempre, fisicamente, a bandeira de Moçambique.
Entre nós, a última vez que Dino Jethá expôs foi em “Maputopia”, uma exposição internacional de arte e arquitectura realizada no Conselho Municipal da Cidade de Maputo, em 2012, coordenada pela Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane. Volta agora a apresentar-se com “Nas ruas de Maputo”, conjunto de peças retratando e homenageando os muitos cidadãos comuns moçambicanos que nas ruas da capital têm o seu modo de vida.
Dino Jethá está representado com três peças – “Refugiados”, “Kufolha” (‘Emigrante Ilegal’) e “A volta do Madjonidjone” –, no Museum of International Folk Art, na já referida cidade de Santa Fé, e as treze peças suas que integraram a exposição “Moçambique: Vida e História em Psikhelekedana” têm no Museu Nacional de Arte, em Maputo, o seu fiel depositário.