Exposição de Mudungaze
de 09 de Outubro a 03 de Novembro
Helder Manhique (aka Mudungaze) nasceu em Maputo. Amante de artes e literatura, sempre trabalhou com comunicação. Depois de um curso médio de documentação no Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa (CIDOC), fez um curso de Economia e Educação na Universidade Pedagógica. Trabalhou na Companhia Nacional de Canto e Dança no sector de Documentação e pesquisa, onde passou pelo departamento de produção e marketing e, por fim, co-criou o Gabinete de Comunicação e Imagem. No período em que esteve directamente ligado à CNCD participou e criou vários projectos, cursos e workshops, em Moçambique e no estrangeiro, sendo a maior parte deles ligados à Comunicação, Vídeo, Produção e Marketing. Paralelamente, sempre gostou de coleccionar objectos tidos como desperdício. Começou a desenvolver a sua inspiração pelas máscaras através da sua paixão pela artes, especialmente pela dança africana com máscaras e, por sequência lógica, nos últimos dois anos, dedicou a sua vida profissional a esculpir trabalhos com restos de metal e lixo.
Autodidacta, Mudungaze usa a sua arte como forma de se expressar. Graças ao seu background em danças africanas, sente vivamente a conexão entre o mundo humano e o mundo espiritual e trabalha as suas máscaras de maneira a criar uma ponte entre tradição e modernidade.
Exposições colectivas
- Setembro 2017, CCMA
- Maio 2018, Festival Azgo
- Junho 2018, Festival Raiz
Exposições individuais
- Novembro 2017, Kinani - “Jungle Concrete”
- Março/Abril 2018, 16Neto - “Second Chance-Máscaras africanas no contexto urbano”
"Famílias Moçambicanas-Remédio da Lua"
Com a exposição "Famílias Moçambicanas-Remédio da Lua" Mudungaze quer criar, desta vez, máscaras como se fossem seres humanos. Ele pretende abordar os diferentes tipos de famílias que vivem lado a lado em Moçambique. Independentemente das classes sociais, o que une os moçambicanos é o facto de todos tomarem o remédio da lua, em algum momento da vida, por varias razões médicas e também por crenças. Além disso, as pessoas em Moçambique não podiam estar mais separadas, às vezes, da vida de luta à vida de privilégio.
Mudungaze quer falar sobre a questão das classes sociais, o que nos separa e o que nos une, num país onde uns não têm nada e outros têm demais. Mudungaze cria as pessoas que vivem nessas famílias fictícias e imagina uma identidade e uma vida para cada uma destas pessoas e máscaras. Esta gente de metal tem uma existência própria e agora todos vão poder conhecê-la.
Frédérique Martin, curadora